A avaliação é da delegada Maria Haydeê Alves Guimarães Aguiar, titular da DEAM-Centro-Norte, que é a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher. Para a delegada, é preciso que a mulher denuncie o agressor.
Apesar dos avanços e conquistas históricas em diversos segmentos da sociedade, a violência contra a mulher segue fazendo vítimas em todo o país: 38,72% das mulheres sofrem agressões diariamente. Para 33,86%, a agressão é semanal, de acordo com dados de janeiro a outubro do ano passado, divulgados pela Central de Atendimento à Mulher. O Tocantins, nos últimos quatro anos ocupa o segundo lugar no ranking dos estados brasileiros de violência contra a mulher. Em 2015, Palmas foi considerada a primeira no ranking, apesar de um cenário nada positivo, para a titular da DEAM-Centro-Norte, nosso Estado sai na frente no que se refere ao processo de informações sobre a violência doméstica nos setores da Segurança Pública.
Na Zona Rural, a mulher que sofre este tipo de violência tem um outro agravante: acesso às delegacias. No entanto, conforme dr. Maria Haydeê, a mulher do campo já conta com ações do poder público para suprir essa necessidade.
Na visão da delegada, a Lei Maria da Penha, trouxe segurança para a vítima de violência doméstica, especialmente, após a denúncia contra o agressor.
A fala é Temis Gomes Parente, doutora em história e coordenadora do Núcleo de Estudos das Diferenças de Gênero da UFT-Universidade Federal do Tocantins. Para a historiadora, a violência sempre existiu, o que ocorre, segundo ela, é que nos últimos anos o problema tem ganhado mais visibilidade.
Conscientizar o público masculino sobre a violência doméstica, seria na opinião da pesquisadora, a principal linha de ação para diminuir os índices de violência contra a mulher.
Ainda de acordo com dados da Central de Atendimento à Mulher da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, de janeiro a outubro do ano passado foram um total de 63.090 denúncias. Em mais de 67% desses relatos, as violências foram cometidas por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Apesar de não se tratar de números recentes, dados do setor de Estatística Criminal da Secretaria Estadual de Segurança Pública apontam que em 2014 39 mulheres perderam a vida vítimas de violência no Estado. (France Santiago)
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