Apesar da anulação das portarias que exoneraram cerca de 380 médicos da rede estadual de saúde do Tocantins, o Conselho Regional de Medicina ainda tem encontrado diversos problemas de atendimento nas unidades, sobretudo relacionados a falta de médicos, enfermeiros e outros profissionais do setor. O quantitativo de médicos recontratados, que segundo anunciado pelo Governo do Estado representa 50% do total exonerados tem se mostrado insuficiente para o atendimento da demanda de pacientes. O motivo pode estar relacionado à carga horária pela qual os profissionais foram recontratados.
O relatório preliminar emergencial feito pelo CRM, bem como boletins de ocorrências e diversos relatos da instituição foram enviados para órgãos de controle como Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública do Estado e Polícia Federal. A previsão é que nesta quarta-feira representantes do CRM sejam recebidos na Secretaria de Estado da Saúde para discutir os problemas identificados pela entidade e relatados pelos médicos que estão atendendo nos hospitais do Estado. O cenário verificado pelo Conselho Regional de Medicina do Tocantins já permitiria uma interdição ética das unidades hospitalares, mas para o CRM não é uma opção viável.
O caos no sistema estadual de saúde do Tocantins se agravou há uma semana, quando o Governo do Estado demitiu mais de 15 mil servidores, destes mais de 5 mil somente da área da saúde. Foram 629 médicos além de enfermeiros e técnicos em enfermagem. Mesmo com a recontratação de parte desses profissionais o problema não se amenizou porque o quadro desses profissionais já estava defasado antes mesmo das exonerações.
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