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CICLOVIAS | 20 de Fevereiro de 2015
Palmas é uma cidade amigável para quem usa bicicleta para lazer e meio de transporte?
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O conceito de mobilidade urbana envolve mais que a circulação de veículos e a implantação de infraestrutura adequada. Ele diz respeito, principalmente, as condições de deslocamento das pessoas e a localização de estruturas urbanas necessárias para a qualidade de vida. Já a mobilidade urbana sustentável prioriza o meio de transporte coletivo e não motorizado, “permitindo o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, gerando inclusão social, baseado principalmente nas pessoas e não nos veículos”. É o que afirma o artigo cientifico “Mobilidade Urbana em Palmas”, orientado pela professora de Arquitetura e Urbanismo da UFT, Lucimara Albiere. O artigo integra um dossiê sobre mobilidade, publicado pela revista científica da Universidade Federal do Goiás, em 2012.

E é no pensamento contemporâneo de sustentabilidade, que a centenária bicicleta volta a ganhar destaque.  Ela é econômica, prática e não polui o meio ambiente.

O ciclista e proprietário de uma empresa especializada em cicluturismo, Edesio Tolentino estima que na capital existam cerca de mil ciclistas que utilizam as bicicletas só para lazer. Mas há um número não contabilizado de pessoas que também usam o veículo como meio de transporte e trabalho. Essas pessoas tem que lidar com a carência de infraestrutura numa cidade que foi projeta prioritariamente para os carros, mas que busca o título de cidade sustentável.

De acordo com o trabalho de Lucimara Albiere, Palmas foi construída as sombras das críticas de Brasília, que também priorizou carros ao invés pessoas. Apesar de facilitarem o fluxo de carros, as largas avenidas da capital tocantinense criam espécies de ilhas geométricas que dificultam o acesso dos pedestres entre as quadras.  Além disso, a adequação do sistema viário para receber ciclovias é muito precária.

De acordo com a Secretaria Municipal de Acessibilidade, Mobilidade, Trânsito e Transporte, atualmente Palmas possui 19 quilômetros e 50 metros de ciclovias construídas, em trechos que cortam 8 ruas e a Avenida Teotônio Segurado.

Para Edesio Tolentino, uma das dificuldades em circular pela cidade sobre a bike, está justamente no fato de não haver ciclovias suficientes e na má conexão entre as poucas que existem.

Segundo a diretora de planejamento e projetos da Secretaria Municipal de Acessibilidade, Mobilidade, Trânsito e Transporte, Joseísa Furtado existem propostas para a construção de novas ciclovias na capital e para o melhoramento das que já existem. Mas além de pensar na ampliação da malha cicloviária é preciso pensar na estrutura que deve acompanhar as ciclovias, uma vez em Palmas ainda existe o agravante do clima, pouco favorável para a circulação ao ar livre.

De acordo com um dos arquitetos que projetou a capital, Walfredo Antunes, apesar do projeto urbanístico de Palmas não abranger as ciclovias, a estrutura da cidade permite a inclusão delas.

Segundo dados Projeto Vida no Trânsito, em 2013, foram registrados 20 acidentes envolvendo ciclistas na capital e 2014, foram 13 acidentes registrados pelas avenidas da cidade. Os acidentes registrados foram classificados entre médio e grave porte. A universitária, Isa Gratão, que utiliza a bicicleta como meio de transporte, conhece os riscos e inclusive já sofreu um pequeno acidente.  Para ela, além da falta de estrutura da cidade, a falta de conhecimento da população, faz com que o ciclista e a bicicleta não seja vistos como parte integrante do trânsito.

De acordo com o trabalho de Lucimara Albiere, para que uma cidade tenha mobilidade urbana sustentável ela precisa desenvolver a consciência coletiva, dando lugar a todos no espaço urbano e priorizando pessoas no lugar de carros. Praças, calçadas, iluminação, arborização, são parte da infraestrutura que tornam a cidade mais agradável e acessível para a circulação. Além disso, ao priorizar as caminhadas ou uso da bicicleta para percursos curtos, é possível promover o convivo entre as pessoas. Sem falar que são meios não poluentes e que ocupam menos espaço na cidade. “Quanto mais à cidade necessitar de espaços para carros, mais ruas e avenidas terá, assim como precisará cada vez mais de espaço para estacionamentos.”

Segundo a Secretaria de Municipal de Acessibilidade, Mobilidade, Trânsito e Transporte, para este ano está prevista a construção de 59 km de calçadas e mais de 8 km de ciclovias pelo Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse e de mais 100 km de calçadas e ciclovias, referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento II, 2ª Etapa. A prefeitura prevê ainda a construção de 10 espaços para os ciclistas que devem incluir bicicletários, bancos, arborização, aspersores de água, bebedouros, lixeiras e iluminação. Além da Implantação das calçadas, ciclovias e bolsões de estacionamentos às margens da Marginal Oeste, entre as avenidas JK e LO-27. E plantio de 10.000 mudas de árvores ao longo das ciclovias.  Segundo a secretaria, até o momento já foram plantadas mais de 2.300 mudas.

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